BH tem 1,2 mil casas em situação de risco; moradores vivem em alerta com volta das chuvas
29/10/2025
(Foto: Reprodução) BH tem 1.200 moradias em situação de risco
Com a volta dos dias abafados e a possibilidade de chuvas mais fortes, cresce a preocupação de moradores de Belo Horizonte que vivem em áreas de risco. Segundo a prefeitura, cerca de 1,2 mil casas de vilas e favelas estão em locais vulneráveis, como encostas e margens de córregos, onde há perigo de deslizamentos e alagamentos.
No bairro Taquaril, na Região Leste da capital, a líder comunitária Edneia Aparecida de Souza conta que já perdeu noites de sono com o medo dos temporais.
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"O terreno aqui é impróprio para moradia. A terra vira barro, escorrega. Junta isso com as condições precárias, alta declividade... é uma receita ruim, sempre acaba em tragédia, infelizmente", afirma Edneia.
A situação se repete em outros imóveis da região. Cláudio, morador do bairro, relata que a parede do quarto da filha fica úmida nos dias de chuva devido à água que mina do terreno vizinho. Ele diz que a prefeitura prometeu construir um muro de contenção há mais de cinco anos, mas nada foi feito até agora.
"A gente vê que tem pessoas piores, em situação pior que aqui, mas pelo tempo que foi pedido, é um descaso, porque já era para ter sido resolvido. Às vezes, onde pensa que é menos grave é onde acontece mais rápido", conta.
Monitoramento do risco
A Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel) afirma que realiza vistorias técnicas e monitora os locais de risco durante todo o ano. Conforme a prefeitura, somente em 2025, a Urbel já realizou 964 vistorias e concluiu 106 obras em todas as regiões da cidade. Outras 102 intervenções estão em andamento.
"A previsão é iniciar, em 2026, oito obras de tratamento de encostas com recursos do governo federal, além de quatro obras estruturantes nas comunidades Rosa Leão, Tupi/Lajedo, Helena Greco e Cabana do Pai Tomaz", diz a gestão municipal.
Ainda de acordo com o Executivo do município, o Programa Estrutural em Áreas de Risco (PEAR) monitora os índices pluviométricos e repassa os alertas aos voluntários dos Núcleos de Defesa Civil (Nudec) e Núcleos de Alerta de Chuva (NAC), que auxiliam na disseminação das informações nas comunidades.
"O programa também atua com o monitoramento de moradias sinalizadas, instalação de lonas em encostas, isolamento de cômodos, execução de obras emergenciais e remoções preventivas, temporárias ou definitivas", completa a Urbel.
No entanto, para o presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil em Minas Gerais, Silvio Motta, o poder público precisa agir com mais rapidez.
"O gestor tem que estar atento, já ter na mesa as áreas mais vulneráveis, mobilizar equipes emergenciais, eventualmente fazer remoções temporárias de famílias. O que não pode acontecer é a demora para colocar em prática o que foi planejado em casos de emergência", afirma.
BH tem 1,2 mil casas em situação de risco; moradores vivem em alerta com volta das chuvas
Reprodução/TV Globo