CPI do Metanol: delegado-geral da polícia e secretário municipal da Segurança são os primeiros a depor na Câmara de SP
28/10/2025
(Foto: Reprodução) Nove mortes por intoxicação por metanol
O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Artur Dian, e o secretário municipal da Segurança Urbana, Orlando Morando, serão os primeiros a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os casos de intoxicação por metanol na cidade de São Paulo.
Os dois serão ouvidos a partir das 13h desta terça-feira (28) na Câmara Municipal.
A comissão foi criada para entender como bebidas adulteradas chegaram a bares e comércios da cidade e propor ações práticas de prevenção, como reforço na fiscalização, melhoria na comunicação entre os órgãos de controle e orientação aos estabelecimentos para evitar a compra de produtos de origem duvidosa.
O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, com Artur Dian – delegado-geral da Polícia Civil.
Divulgação/SSP
“Decidimos começar ouvindo o delegado-geral da Polícia Civil e o Secretário de Segurança Urbana porque são eles que estão na linha de frente dessa crise. Mais quatro pessoas morreram, uma mesma família enterrou três vidas. É devastador. Não dá para tratar isso como se fosse algo comum. A CPI foi criada para somar esforços e proteger a população, para identificar e punir os responsáveis. Eu não quero mais abrir o jornal e ver manchetes sobre novas mortes por metanol. Isso precisa parar”, afirmou Zoe Martinez, presidente da CPI.
Segundo a vereadora, a comissão também pretende ouvir vítimas, representantes do governo, fornecedores e donos de estabelecimentos autuados, além de entidades ligadas ao caso.
“O que tem acontecido com as bebidas contaminadas por metanol assusta muita gente. As pessoas querem segurança para sair, se reunir com os amigos e confiar no que estão consumindo. A Câmara tem o dever de acompanhar esse tema de perto e dar uma resposta à altura do que a cidade espera”, disse Zoe.
Perícia de bebidas destiladas adulteradas descarta contaminação acidental e afirma que metanol foi adicionado de forma criminosa
Reprodução/TV Globo
A CPI do Metanol é composta por:
Presidente: Zoe Martinez (PL)
Vice-presidente: Ely Teruel (MDB)
Relatora: Sandra Santana (MDB)
Adrilles Jorge (União)
Celso Giannazi (PSOL)
Sargento Nantes (PP)
Hélio Rodrigues (PT)
Além desta comissão, estão em andamento na Câmara as CPIs de HIS (Habitação de Interesse Social), dos Pancadões, da Íris e do Jardim Pantanal. Na semana passada, líderes das bancadas decidiram mudar o regimento da Casa para abrir uma nova comissão, a CPI do Jockey. O objetivo é investigar denúncias de que o Jockey Club de São Paulo teria usado indevidamente recursos públicos destinados à restauração do patrimônio histórico.
🔍 O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos. É altamente perigoso quando ingerido. Inicialmente, ataca o fígado, que o transforma em substâncias tóxicas que comprometem a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma e até a morte. Também pode provocar insuficiências pulmonar e renal.
Mortes por metanol
O estado de São Paulo registrou nove mortes por intoxicação por metanol. As vítimas são:
Ricardo Lopes Mira, de 54 anos, morador da cidade de SP
Marcos Antônio Jorge Júnior, de 46 anos, morador da cidade de SP
Marcelo Lombardi, de 45 anos, morador da cidade de SP
Bruna Araújo, de 30 anos, moradora de São Bernardo do Campo
Daniel Antonio Francisco Ferreira, de 23 anos, morador de Osasco
Leonardo Anderson, de 37 anos, morador de Jundiaí
Cleiton da Silva Conrado, de 25 anos, morador de Osasco
Rafael Anjos Martins, de 27 anos, morador da cidade de SP
Jhenifer Carolina dos Santos Gomes, de 27 anos, moradora de Osasco
Foram confirmados no estado 44 casos, sendo 9 óbitos. Outras 443 suspeitas foram descartadas. Atualmente, 10 casos permanecem sob investigação, incluindo dois óbitos: um em Piracicaba, de um paciente de 49 anos, e outro em São Vicente, de uma pessoa de 32 anos.