Dia Nacional do Livro: conheça autores que ajudam a contar as histórias do Centro-Oeste de Minas
29/10/2025
(Foto: Reprodução) Dia do Escritor resgata memórias afetivas com a leitura na infância
Comemorado nesta quarta-feira (29), o Dia Nacional do Livro celebra a importância da leitura e de quem transforma ideias em histórias. No Centro-Oeste de Minas, escritores de diferentes formações têm contribuído para ampliar a cena literária local e levar a identidade da região para as páginas de seus livros.
Além da consagrada Adélia Prado, nomes como Eduardo Lucas, Gracielle Castro, Guilherme Dutra, Thiago Carvalho, Valquíria Souza e Vitor Oliveira mostram que a literatura também nasce no interior e reflete as vivências e olhares de quem vive na região.
Conheça um pouco da trajetória e das obras desses autores logo abaixo.
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Adélia Prado – “O Jardim das Oliveiras”
Adélia Prado apresenta novo livro O Jardim das Oliveiras
Reprodução/Instagram
A escritora Adélia Prado, de 89 anos, lançou em agosto O Jardim das Oliveiras, seu primeiro livro em dez anos. A obra reúne 25 poemas inéditos que, segundo a autora, celebram tanto a aridez da existência quanto a possibilidade de transcendência.
O Jardim das Oliveiras chega após um período de silêncio literário desde Miserere (2013). O novo livro traz poemas sobre dor, fé e renascimento, temas recorrentes na trajetória de Adélia, que é uma das principais vozes da literatura brasileira contemporânea.
Nascida em Divinópolis, Adélia é licenciada em Filosofia e começou a ganhar destaque na década de 1970, quando foi reconhecida por Carlos Drummond de Andrade. Seu primeiro livro, Bagagem (1976), marcou o início de uma carreira com títulos como O Coração Disparado e Manuscritos de Felipa. Em 2024, a escritora recebeu os prêmios Camões e Machado de Assis (ABL).
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Eduardo Lucas – “É Impossível Você Antes de Mim”
Eduardo Lucas Andrade e o seu livro
Eduardo Lucas Andrade/Arquivo Pessoal
Psicólogo e escritor nascido em Araújos, Eduardo Lucas Andrade é membro da Academia Bom-despachense de Letras e da Academia Inclusiva de Autores Brasilienses. Cidadão honorário de Bom Despacho, ele teve o gosto pela escrita incentivado pelos pais e professoras desde a infância.
O autor descreve o ato de escrever como um exercício que começou com poesias em cadernos e evoluiu para obras que tratam de temas como o luto e a saudade. Em É Impossível Você Antes de Mim, ele fala sobre amor, perda e o sentido da ausência, com base na psicanálise.
Eduardo também escreve literatura infantil, poesia e livros técnicos, sempre com a proposta de provocar reflexão e aproximar o leitor de temas humanos.
Gracielle Castro – “Devaneios”
Gracielle Castro é autora do livro Devaneios
Gracielle Castro/Arquivo Pessoal
A jornalista Gracielle Castro lançou seu primeiro livro, Devaneios, obra de crônicas que tem o tempo como protagonista. A ideia surgiu do desejo antigo de publicar e da influência da mãe, leitora assídua.
A obra reúne crônicas sobre o tempo e as transformações da vida, convidando o leitor a refletir sobre o cotidiano e encontrar beleza nas pequenas coisas. Para Gracielle, escrever é uma forma de respirar e traduzir em palavras o que passa despercebido no dia a dia.
Guilherme Dutra – “Game Over”
Guilherme Dutra com o seu primeiro livro Game Over
Guilherme Dutra/Arquivo Pessoal
Natural de Pará de Minas, Guilherme Dutra Silva, de 25 anos, começou a escrever aos 13. A literatura surgiu como um espaço para criar mundos e personagens, além de representar pessoas e realidades pouco vistas nas histórias tradicionais.
Seu primeiro livro, Game Over, foi escrito ainda na adolescência e se passa em sua cidade natal, acompanhando a jornada de um jovem feiticeiro. Uma década depois, a obra garantiu a Guilherme contrato com a editora Flyve.
Durante a pandemia, ele publicou Talvez a Vida Seja Mesmo um Conto de Fadas (2025), releitura moderna de Cinderela criada como um respiro de esperança em tempos difíceis. Agora, o autor finaliza um romance policial ambientado em Divinópolis, sobre a morte de um universitário da UEMG, previsto para o próximo ano.
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Thiago Carvalho – “Onde Nascem os Jornalistas”
Thiago carvalho com o seu livro " Onde nasce os jornalistas "
Thiago Carvalho/Arquivo Pessoal
Nascido em Oliveira e morador de Divinópolis há mais de duas décadas, o jornalista Thiago Carvalho, de 40 anos, passou por rádio, jornais impressos, assessorias e televisão, onde atuou como produtor, repórter e apresentador.
O gosto pela escrita começou na biblioteca da Escola Estadual Joaquim Nabuco, em Divinópolis, quando um desafio com o clássico O Conde de Monte Cristo despertou sua curiosidade pelos livros.
Em 2017, após dez anos de carreira na TV, Thiago decidiu registrar as histórias vividas no jornalismo do interior. Assim nasceu Onde Nascem os Jornalistas, livro que mostra bastidores da profissão e responde perguntas como “como é feita uma reportagem?” e “como é a rotina de quem cobre o noticiário fora das capitais?”.
A obra reúne relatos reais — de coberturas marcantes a situações difíceis — e dedica um capítulo à pandemia de Covid-19, analisando o impacto humano e social sob o olhar de quem estava nas ruas registrando os fatos.
Valquíria Souza – “Direito Fundamental à Proteção de Dados”
Valquíria Souza com o seu livro Direito Fundamental á proteção de dados
Valquíria Souza/Arquivo Pessoal
Jornalista e advogada de Divinópolis, Valquíria Souza une a experiência nas duas áreas à paixão pela leitura, hábito que mantém desde a adolescência.
Com quase 20 anos de jornalismo e mais de uma década na advocacia, ela se dedica ao estudo da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) desde 2021, período em que passou a ministrar palestras em instituições mineiras.
O resultado desse trabalho é o livro Direito Fundamental à Proteção de Dados: uma análise comparativa do GDPR da União Europeia e da LGPD brasileira, lançado em abril e baseado em sua dissertação de mestrado pela Universidade de Itaúna.
Atualmente, Valquíria é professora universitária em Divinópolis e Pará de Minas e ministra aulas de pós-graduação sobre LGPD. Ela vê no livro uma forma de difundir conhecimento e contribuir para a segurança nas relações virtuais.
Vitor Oliveira – “O Dinossauro Azul”
Menino autista de Divinópolis escreve e lança livro dos 13 anos de idade
O divinopolitano Vitor Oliveira transformou em livro uma história escrita aos sete anos: O Dinossauro Azul. Diagnosticado com TEA e TDAH, ele vê na escrita uma forma de se expressar e construir pontes com o mundo.
A história acompanha um dinossauro solitário que cria amigos em uma ilha deserta — metáfora que reflete, de maneira sensível, a dificuldade de socialização.
A primeira versão da obra nasceu em um caderno de cartolina, com ilustrações feitas por ele mesmo. Anos depois, Vitor revisitou a obra, redesenhando as ilustrações em aquarela, da capa às páginas finais. O resultado é um livro delicado e simbólico sobre amizade e superação.
*Estagiária sob supervisão de Mariana Dias
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