Exposição da Fotoativa investiga ruínas urbanas da Amazônia

  • 08/05/2025
(Foto: Reprodução)
“Desacontecimentos”, de Lucas Negrão, reúne mais de 40 imagens dispostas em uma instalação fotográfica sobre o desaparecimento de espaços da cidade e debate memória e pertencimento. Mostra “Desacontecimentos” retrata ruínas e espaços ausentes na cidade, num debate poético sobre memória e tempo. Divulgação A Associação Fotoativa abre nesta sexta-feira (9), às 19h, a exposição “Desacontecimentos”, de Lucas Negrão. Com mais de 40 imagens dispostas em uma instalação fotográfica acompanhada por textos autorais, o artista convida o público a se aproximar do que insiste em desaparecer — e a reconhecer, na cidade que se transforma, os contornos das próprias histórias. “É uma exposição sobre ruínas, não no sentido romântico, mas sobre os sinais de uma cidade em constante processo de desaparecimento”, explica Lucas. Do bairro da Terra Firme, periferia de Belém, Lucas Negrão tem uma atuação marcada pelo engajamento em temas como justiça climática, arte-educação e memória urbana. Mestre em Artes pela Universidade Federal do Pará, o artista vem acumulando uma trajetória plural, que passa por curadorias, direção de cinema, intervenções visuais e exposições individuais e coletivas. Seu trabalho se destaca pela capacidade de entrelaçar a experiência pessoal com a história social dos espaços que ocupa e observa na Amazônia. “Desacontecimentos” nasceu de um processo iniciado ainda em 2014, com registros fotográficos que capturam vestígios de memórias urbanas em Belém e em outras cidades, como Belterra, interior do Pará. “O projeto começou com o desejo de buscar vestígios da memória da cidade nas ruas. A fotografia do trilho do bondinho na Cidade Velha é um exemplo de como restam apenas sinais das coisas que deixaram de existir”, conta Lucas. A exposição reúne desde imagens da Samaumeira do Centro Arquitetônico de Nazaré — cuja queda recente provocou comoção entre os moradores — até fachadas de casas em estilo “raio que o parta”, ameaçadas pela descaracterização urbana. O título da mostra reflete essa poética do fim. “‘Desacontecimentos’ fala das coisas que efetivamente aconteceram, mas que agora estão em ruínas, prestes a desaparecer, ou que já não existem mais concretamente”, diz o artista. A proposta, segundo o artista, é provocar o público a refletir sobre como a cidade se inscreve em nossas vidas, marcando a história de cada um com seus próprios rastros e ausências. Mostra “Desacontecimentos” retrata ruínas e espaços ausentes na cidade, num debate poético sobre memória e tempo. Reprodução O retorno à Fotoativa tem um significado especial para Lucas. “Essa é a segunda exposição individual que realizo aqui, e tem um valor simbólico porque foi nesse casarão que minha trajetória como fotógrafo começou, em 2015. Esse espaço foi e continua sendo minha escola de imagem”, destaca. Além da mostra, o projeto prevê a realização de oficinas com foco no debate sobre memória e patrimônio, como a oficina de construção de mosaicos com a Rede Raio Que O Parta. As ações são viabilizadas por meio do incentivo da Política Nacional Aldir Blanc, voltada à valorização da produção artística brasileira. Serviço: Abertura da exposição "Desacontecimentos", dia 9 de maio de 2025, às 19h, na Associação FotoAtiva (Praça visconde do Rio Branco, 19). A exposição ficará aberta entre 9 de maio e 9 de julho. Visitação: terça à sexta-feira, de 10h às 17h; e sábado, de 9h às 12h. VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará

FONTE: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2025/05/08/exposicao-da-fotoativa-investiga-ruinas-urbanas-da-amazonia.ghtml


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