Novo Mercado de São José: g1 visitou o espaço que reabre com terraço, bares e restaurantes renomados; veja o que terá lá
14/09/2025
(Foto: Reprodução) Últimos retoques na fachada do Mercado São José, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio
Cristina Boeckel/ g1
Fechado desde 2018, o Mercado de São José, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, está prestes a reabrir as portas com um novo visual — mas sem deixar de lado a memória afetiva e a tradição que marcaram sua história no bairro.
A reinauguração está prevista para sábado que vem (21), e o g1 foi conhecer de perto os últimos ajustes no espaço revitalizado.
O mercado, que foi adquirido pela Prefeitura do Rio junto ao INSS, passou por uma reforma completa e agora conta com 11 boxes, 2 lojas e 3 restaurantes. Destaque para o terraço com 400 metros, que poderá receber eventos – inicialmente sempre limitados ao horário de funcionamento, até as 22h, para poupar a vizinhança do barulho.
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Entre as lojas confirmadas estão nomes fortes no circuito gastronômico e boêmio do Rio, como a cervejaria Brewteco, o restaurante Locanda e a confeitaria Absurda.
Os confirmados:
Brewteco (filial da cervejaria que começou no Leblon e se espalhou pelo Rio; ficará no terraço e no prédio anexo)
Locanda (filial do restaurante italiano tradicional na Região Serrana)
Cura Bar (gastronomia de boteco, no terraço)
Borbulhas (bar de drinks com kombucha e vinhos naturais)
Gebar (boteco de gastronomia árabe)
Tito Orgânicos e Locais (hortifruti com produtos de pequenos produtores)
Bocas Rotisserie de Bairro
Rancho das Vertentes (queijaria com produtos artesanais próprios e de outros produtores)
Absurda Confeitaria
Basta Pastifício (massas frescas)
Cultura Fungi (loja de cogumentos e temperos)
Zilda (produtos da culinária mineira)
Hoba (sorveteria vegana)
Culto Café
Placa no Mercado São José com a lista de lojas e horários de funcionamento
Cristina Boeckel/g1
Investimento de R$ 8,5 milhões
A gestão será feita por um consórcio formado pela Junta Local e pela Engeprat, responsável pelo espaço pelos próximos 25 anos. O investimento privado foi de cerca de R$ 8,5 milhões.
Logo na entrada, o visitante já percebe que, apesar da modernização, elementos históricos foram mantidos. A imagem de São José continua na parede, e a fonte do tempo do Império segue no mesmo lugar, como testemunha silenciosa das transformações do espaço ao longo das décadas.
Segundo Thiago Nasser, da Junta Local, a proposta é transformar o mercado em um ponto de encontro para quem busca alimentos saudáveis, de origem local e com impacto social positivo.
“Queremos que as pessoas se conectem com o que consomem, entendam a procedência dos ingredientes e vejam a gastronomia como ferramenta de transformação”, explicou.
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Interior do Mercado São José passa pelos últimos ajustes antes de reinauguração, prevista para o dia 21 de setembro
Cristina Boeckel/ g1
Uma das novidades da nova fase é a rotisseria Bocas, comandada por Maria Schatovsky e Júlia Dalle. A dupla, que também é responsável pela cozinha, aposta em pratos prontos para o dia a dia e para ocasiões especiais.
“A ideia é que a pessoa possa comprar carnes prontas, acompanhamentos, fazer um almoço rápido ou até levar um croquete congelado para ter em casa”, contou Maria.
Maria Schatovsky e Júlia Dalle, proprietárias e cozinheiras da Rotisseria Bocas
Cristina Boeckel/ g1
Para Júlia, que cresceu em Laranjeiras e frequentava o mercado, voltar ao espaço como empreendedora tem um sabor especial.
“Sempre vinha aqui, era um lugar muito legal. Acho que os moradores estão ansiosos com essa reabertura”, disse.
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A história do mercadinho
O Mercadinho São José tem uma longa trajetória: inaugurado em 1944 como mercado, já foi estrebaria na época do Império e virou centro cultural nos anos 1980. Recebeu shows, blocos de carnaval e até visitas de nomes como Tom Jobim, Luiz Melodia, Moraes Moreira e Pedro Almodóvar.
“O objetivo é trazer de volta o conceito de mercado de bairro, onde se encontra produto artesanal, local, e se vive a cidade de forma mais próxima”, afirmou Osmar Lima, secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio.
Imagem de São José segue na parede do local na nova versão do mercado
Cristina Boeckel/ g1
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O espaço do Mercado São José e o terreno ao lado foram comprados pelo poder municipal em 2023, 5 anos depois do fechamento das portas. Os comerciantes que ocupavam o imóvel no período que ele pertencia ao INSS foram despejados em setembro de 2018. O lugar era objeto de disputa judicial desde 1993.
No período em que as portas ficaram fechadas, o espaço se deteriorou e a Defesa Civil foi chamada para verificar as condições do imóvel.
Veja abaixo reportagem sobre o começo do processo de revitalização:
Revitalização do Mercadinho São José
Veja abaixo reportagem do dia do despejo dos antigos ocupantes pela PF:
Na época do fechamento, em 2018, o local contava com cinco restaurantes, um estúdio de música, um centro cultural, um ateliê de arte e um grupo de capoeira. O espaço também era sede de três blocos de carnaval.
Antiga estrebaria
A construção foi originalmente uma estrebaria de uma fazenda no Parque Guinle, na época do Império. Em 1944, foi inaugurado como um mercado após o então presidente Getúlio Vargas adaptar as baias para criar um mercado e fornecer alimentos acessíveis à população durante a Segunda Guerra Mundial.
Abandonado por décadas, o Mercado foi revitalizado em 1988. Virou um centro cultural e, assim, já recebeu shows e visitas de nomes conhecidos, como Tom Jobim, que era frequentador habitual do espaço, Luiz Melodia, Moraes Moreira e até do cineasta Pedro Almodóvar. Em 1994, foi tombado como patrimônio.
Mais fotos do mercado e do projeto:
Segundo andar do Mercado São José, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio
Cristina Boeckel/ g1
Mercado São José, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio
Cristina Boeckel/ g1
Imagem de São José no mercado que leva o nome do santo em Laranjeiras
Cristina Boeckel/ g1
Interior do Mercado São José, em Laranjeiras, na reta final de preparação para a reinauguração
Cristina Boeckel/ g1
Projeto do Mercadinho de São José
Divulgação
Projeto do Mercadinho de São José
Divulgação