O que é a escala Fujita Aprimorada, usada para medir a intensidade de tornados

  • 08/11/2025
(Foto: Reprodução)
Tornado mata 5 pessoas e deixa mais de 400 feridos no interior do Paraná Cidades do interior do Paraná foram devastadas pela passagem de um tornado tornado com ventos de mais de 250 km/h na sexta-feira (7). Ao menos seis pessoas morreram e 432 receberam algum tipo de atendimento médico, segundo dados do governo do estado. O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) informou que o tornado atingiu a categoria EF3, numa escala que vai até cinco. "EF3" é a abreviação de "Enhanced Fujita 3", ou seja, o tornado chegou à classificação 3 na escala Fujita Aprimorada. ▶️ A escala Fujita Aprimorada (EF) é um índice usado para avaliar a intensidade dos tornados com base na destrução causada pelo fenômeno. Ela é utilizada de forma oficial nos EUA, entre outros países, desde 2007, quando substituiu a escala Fujita original, também chamada de Fujita-Pearson (F). Assim como esta, a EF classifica os tornados em uma escala que vai de 0 (menos intenso) a 5 (mais intenso). Segundo o Serviço Meteorológico Nacional dos EUA, conhecido como NWS (National Weather Service), profissionais avaliam os estragos causados por um tornado com base em uma lista de indicadores de danos, que ajuda a estimar as velocidades do vento que o tornado provavelmente produziu. Feita a avaliação de danos, os estudiosos estimam as velocidades de rajadas de vento de pelo menos 3 segundos de duração que atuaram sobre o local. Com esse número, o índice EF é atribuído a cada fenômeno, conforme a tabela abaixo: EF0: rajadas de ventos de 3 segundos entre 104 km/h a 137 km/h (65 a 85 milhas por hora); danos leves EF1: rajadas de ventos de 3 segundos entre 138 km/h e 177 km/h (86 e 110 milhas por hora); danos moderados EF2: rajadas de ventos de 3 segundos entre 178 km/h e 217 km/h (111 e 135 milhas por hora); danos consideráveis EF3: rajadas de ventos de 3 segundos entre 218 km/h e 266 km/h (136 e 165 milhas por hora); danos severos EF4: rajadas de ventos de 3 segundos entre 267 km/h e 321 km/h (166 e 200 milhas por hora); danos devastadores EF5: rajadas de ventos de 3 segundos com mais de 321 km/h (mais de 200 milhas por hora); danos incomensuráveis A NWS esclarece que a escala Fujita Aprimorada é feita com base em estimativas, não em medições de ventos. "A rajada de 3 segundos não corresponde ao mesmo vento observado em medições de superfície padrão. As medições padrão são feitas por estações meteorológicas em locais abertos, utilizando uma velocidade medida diretamente, como, por exemplo 'uma milha em um minuto'", explica o site oficial da agência. Tornado causa destruição em Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná Reprodução/Globonews A destruição é medida a partir de uma lista de 28 "indicadores", que se referem a um objeto ou estrutura danificada — celeiros, residências pequenas, árvores resistentes e não resistentes, postes, torres, edifícios de até 3 andares, edifícios de 5 a 20 andares etc. Cada um desses indicadores é classificado em uma escala de dano que vai de 1 a 8. A reunião de todos esses dados produz o índice final. Por ter sido desenvolvido nos EUA, a escala leva em conta as práticas construtivas americanas, que não refletem necessariamente as utilizadas no Brasil: ao contrário daqui, casas não costumam ser feitas de alvenaria, por exemplo. Os profissionais precisam adaptar os parâmetros para estimar a velocidade dos ventos fora dos EUA. No Brasil, a escala Fujita Aprimorada não é utilizada de forma oficial. O meteorologista Samuel Braun, do Simepar, disse ao g1 PR que a classificação do tornado desta sexta foi estimada com base nas imagens da destruição e em informações de radares meteorológicos. Ciclone extratropical O tornado se formou devido a um ciclone extratropical que atinge o sul do país e também provocou chuva forte e estragos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. No Sudeste, os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro estão em alerta. Os ventos fortíssimos arrancaram árvores e postes devastaram casas. Mais de mil pessoas estão desabrigadas. Bombeiros e agentes da Defesa Civil ainda buscam sobreiventes na manhã deste sábado. Imagens registradas por moradores na cidade de Rio Bonito do Iguaçu mostram um cenário de extema destruição. Segundo relatos, houve também queda de granizo. A Defesa Civil diz que 80% da cidade ficou destruída. Rio Bonito do Iguaçu tem cerca de 14 mil habitantes e fica a 400 km de Curitiba. O Simepar explicou que a cidade foi atingida por uma tempestade do tipo supercélula, que é caracterizada pela presença de um mesociclone, uma corrente de ar ascendente girando no interior da nuvem. Segundo o meteorologista Samuel Braun, a principal diferença do tornado em relação a uma tempestade comum é a rotação do vento. Outros fatores também colaboraram para a formação do tornado, diz ele. "O ambiente atmosférico estava muito úmido, aquecido. Há também outros fatores, por exemplo, como a diferença dos ventos entre a superfície e os níveis mais elevados da atmosfera. Nós chamamos na meteorologia de cisalhamento. Então, esse cisalhamento estava extremamente elevado. São vários fatores que contribuíram para a formação dessas tempestades e do tornado nessa cidade." Braun afirma que, em 23 anos como meteorologista, esse foi o evento mais forte que presenciou. "Foi bastante devastador. Até mesmo por categorias. Não me recordo de chegarmos ao EF3." Com informações de g1 PR e RPC.

FONTE: https://g1.globo.com/ciencia/noticia/2025/11/08/o-que-e-a-escala-fujita-aprimorada-usada-para-medir-a-intensidade-de-tornados.ghtml


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