Pela primeira vez, CBF inclui as mulheres no levantamento anual sobre lesões de atletas no Campeonato Brasileiro
17/07/2025
(Foto: Reprodução) Levantamento mostra que jogadoras se machucaram mais que os homens no Brasileirão
A CBF incluiu o futebol feminino pela primeira vez no levantamento anual sobre lesões de atletas no Campeonato Brasileiro.
A pesquisa revelou que as mulheres precisaram muito mais dos médicos durante os jogos do que os homens. A média de atendimentos para lesões no Brasileiro feminino foi superior a quatro por partida, 70% maior do que na primeira divisão do futebol masculino em 2024. Lesões de joelho, que podem ser graves e afastar atletas por até um ano dos gramados, também foram muito mais frequentes entre as mulheres.
Para o presidente da Comissão Médica da CBF, é um sinal claro de que é preciso mais atenção e cuidado com as particularidades do futebol feminino. O Brasil será sede da Copa do Mundo em 2027.
“A preparação física tem que ser diferente, a parte nutricional tem que ser diferente, a parte de treinamento, quem sabe os horários de jogos, quem sabe o tipo, realmente, de avaliação física para essas mulheres tem que ser mais diferenciado”, afirma Jorge Pagura, presidente da Comissão Médica da CBF.
O levantamento também avaliou uma novidade da temporada passada: a substituição extra para casos de concussão após choques de cabeça. Entre os homens, o protocolo foi utilizado 25 vezes - 15 na Série A, dez na Série B. Em 2025, essa regra da substituição extra vale em todas as divisões.
Algumas informações podem ajudar os clubes a evitar que os atletas se machuquem. Por exemplo: a maioria das lesões ocorreu no segundo tempo, quando os times estavam defendendo, ou seja, correndo atrás de quem está com a bola. É importante, assim, usar as substituições para preservar os jogadores mais desgastados.
“Com esses dados, você vai ter melhor condição de ter menor contusão e ter uma melhor performance”, diz Jorge Pagura.
Pela primeira vez, CBF inclui as mulheres no levantamento anual sobre lesões de atletas no Campeonato Brasileiro
Jornal Nacional/ Reprodução
A pedido dos clubes, o estudo avaliou também as diferenças entre gramados naturais e sintéticos. A pesquisa mostrou que, em gramados artificiais, existe uma participação maior do departamento médico do time visitante, que geralmente não está tão habituado com aquele terreno. Apesar dos médicos serem mais requisitados, não houve diferença estatística no número final das lesões, especialmente nas mais graves, como musculares ou nos joelhos.
“98% dos atletas acham que têm mais problema jogando no sintético. Eles acham que recuperam menos, têm mais possibilidade de lesão. Então, talvez, por isso que você acaba não levando, extrapolando, a entrada do médico com o tipo de lesão, mas sim na sensação dos atletas em que têm mais cansaço, têm mais dificuldade e, quando têm alguma contusão, têm mais tempo de se recuperar”, diz Jorge Pagura.