Polícia investiga se ligações do 'golpe da facção' são feitas de presídios na Bahia
21/08/2025
(Foto: Reprodução) Delegado explica como funciona 'golpe da facção'
O chamado "golpe da facção", em que suspeitos se passam por integrantes de organizações criminosas para extorquir dinheiro de vítimas, é alvo de investigação pela Polícia Civil de Coração de Maria, na Bahia. Os policiais trabalham com a possibilidade de que as ligações possam ser feitas de presídios da região.
Nos últimos meses, mais de dez pessoas já foram vítimas do crime na cidade, que fica a cerca de 30 km de Feira de Santana. Entre elas, estão moradores e proprietários de estabelecimentos comerciais do município, informou a polícia.
"Estamos tentando descobrir a origem destes crimes e em regra, há possibilidade destes crimes estarem ligados aos conjuntos prisionais. Estamos levantando informações para identificar os suspeitos", disse ao g1 o delegado titular da Delegacia Territorial de Coração de Maria, Idelfonso Monteiro.
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Também faz parte da linha de investigação a possibilidade de que os telefones e chips usados pelos criminosos sejam adquiridos com CPFs de terceiros.
Conforme o delegado, mandados estão sendo cumpridos no Conjunto Penal de Feira de Santana, com o objetivo de encontrar aparelhos celulares que possam ser usados para a prática.
"Fizemos uma representação através de busca e apreensão em algumas celas de suspeitos que estão no Conjunto Penal de Feira de Santana. O objetivo é verificar se há aparelhos", explicou.
Como funciona o crime
Os golpes são praticados após criminosos levantarem informações das vítimas através das redes sociais. Eles entram em contato com elas por meio de ligações ou mensagens de texto, e citam dados pessoais, como nome completo e endereço. Após o contato com a vítima:
O golpista informa que faz parte de uma facção da região e que a vítima é informante da polícia;
São feitas ameaças para a vítima e familiares;
Os criminosos cobram valores para que não haja "consequências".
Estabelecimentos comerciais de Coração de Maria têm sido alvo dos golpistas. Uma das vítimas teve o prejuízo de mais de R$ 2 mil em um único golpe.
"Eles fazem o contato com os proprietários do estabelecimento e cobram uma suposta 'proteção' para que esses comércios não venham a ser alvos de furtos ou roubos. Depois que a vítima realiza o primeiro pagamento, os golpistas costumam continuar exigindo quantias cada vez maiores", detalhou o delegado.
O que fazer ao receber a ligação
Ao receber ligações do tipo, a vítima não deve realizar pagamentos, alerta a Polícia Civil. A recomendação é gravar as conversas e registrar um boletim de ocorrência.
“Caso receba a ligação, a vítima pode ignorar e desconversar o golpista. Em seguida, registrar a conversa por prints ou gravação e procurar a polícia para formalizar o boletim de ocorrência”, orientou o delegado.
A Delegacia Territorial de Coração de Maria investiga as circunstâncias do caso para identificar os suspeitos.
Delegacia Territorial de Coração de Maria
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